De manhã cedo, essa senhora se conforma Bota a mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos
Ah, como essa santa não se esquece De pedir pelas mulheres Pelos filhos, pelo pão
Depois sorri, meio sem graça E abraça aquele homem, aquele mundo Que a faz, assim, infeliz
De tardezinha, essa menina se namora Se enfeita, se decora, Sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita Ser cantora, ser artista Isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia De algum dia, qualquer dia Entender de ser feliz
De madrugada, Essa mulher faz tanto estrago Tira a roupa, faz a cama, Vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece Quantos homens enlouquece Nessa boca, nesse chão
Depois, parece que acha graça E agradece ao destino aquilo tudo Que a faz tão infeliz
Essa menina, essa mulher, essa senhora Em quem me esbarro a toda hora Num espelho casual
É feita de sombra e tanta luz De tanta lama e tanta cruz Que acha tudo natural
Compositores: Ana Maria Terra Borba Caymmi (Ana Terra) (ABRAMUS), Joyce Silveira Moreno (Joyce) (ABRAMUS)Editores: Feminina Edicoes Musicais Ltda. (ABRAMUS), Terracaymmi (ABRAMUS)Publicado em 1997ECAD verificado obra #16497 e fonograma #21001795 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM